sábado, 20 de outubro de 2012

Pq sempre se chama banana


Eu me sinto errada, e me sinto mais errada ainda por me sentir errada, e aí eu fico nesse loop eterno de voltas desesperadas de culpa, e ainda num desespero maior em tentar me livrar de todo esse (auto) julgamento que sempre volta pra cima das minhas costas. Vou explicar: eu compro uma televisão, todo mundo sabe como faz uma televisão funcionar, liga na tomada, enfia o cabo da antena, aperta o botão e pronto, tá lá a Carminha sendo diva na T.V. Mas comigo é diferente, a televisão chega na minha casa, eu tenho que sentar com o manual de instruções e ler a coisa toda calmamente e com bastante atenção, pra...ligar na tomada, enfiar o cabo da antena, aperta o botão e pronto, tá lá a Carminha sendo diva na T.V. do mesmo jeito.

Eu sou uma das poucas pessoas que leem manuais, que na vida real não servem pra muita coisa, alias, os manuais devem ser lidos sim, mas só se nada der certo, mas eu leio antes de tudo, e eu sei que não serve pra nada, e mesmo que eu não soubesse por conta própria eu saberia porque eu vivo ouvindo as pessoas me mandando parar de ler os manuais, e tudo que eu faço é continuar lendo os manuais literais ou figurados da vida, muito mais figurados do que literais porque eu nem compro tantas t.v.'s assim.

E eu não faço nada diferente de ninguém por ler manuais, a não ser me sentir uma banana, e me culpar de me sentir uma banana, e me culpar por não conseguir parar de ler, e ser culpada pelos outros de ser tão quadrada, e eu não sei o que fazer com isso tudo, e nem tem manual que me ensine, e nenhum que me diga como eu faço pra parar de ser assim. Ô diaxo, tá na hora de sair na rua pedindo um abraço.

domingo, 14 de outubro de 2012

Pare de cortar seu cabelo, Luíza


Hoje eu cortei meu cabelo, e estou realmente muito frustrada, nem ficou feio nem nada, é só porque eu havia me prometido que deixaria ele crescer até ficar enorme, e puxa vida, eu sempre corto, eu gosto de cabelo curto! Se fosse só isso tudo bem, eu havia me prometido também emagrecer, não por mim, vou ser sincera, eu tô ótima, minhas roupas ainda me cabem e meus exames apontam plena saúde, mas então, de qualquer forma eu havia me prometido emagrecer pra poder usar roupa curta e colada, perdi seis quilos, fui dar um pulo na casa da minha mãe e encontrei esses seis quilos novamente, e agora eu vou ter que perder mais esses seis, juntando com os outros seis daria doze, se eu tivesse perdido doze quilos eu já poderia estar usando roupas curtas e coladas, caramba, tudo isso me frusta tanto. Eu havia me prometido também ser mais calada, bom, eu prometi isso pra outras pessoas pra falar a verdade, só que eu passo o dia falando e nunca consigo, todo mundo sabe de tudo, o tempo todo, sobre tudo de mim, simplesmente porque eu não calo a boca, não que eu ache as pessoas saberem das coisas um real problema, mas eu havia prometido e não cumpro e vou me frustrando, e escrevendo parágrafos enormes.

No que depender das coisas que eu colocar na cabeça que eu deveria fazer/ser nunca vai me falta pauta para o blog, porque eu não faço nada dessas coisas, e poxa vida, vou contar uma coisa, meu cabelo tá realmente bonito, só que eu não consigo ficar feliz por ele. E aí eu penso no quão banana eu sou, no salão de beleza e na vida num geral, que sufoco a felicidade e com a frustração por não cumprir algo que na verdade eu nem quero ser.


Eu tenho um trabalho que vou dizer uma coisa pra vocês, eu odeio, e eu vivo me prometendo sair dele, porque eu sou igual ao Julius tenho dois empregos, não vou passar fome nem atrasar as contas se eu sair do trabalho odiado, mas daí que eu fico tanto tempo pensando sobre a minha saída e chega o dia deles me pagarem, e eu fico tão contente com o dinheiro e não saio, mas daí eu volto pro trabalho um dia e lembro o quanto eu odeio trabalhar lá, e loop eterno. Caramba. Eu tenho que aprender a só ficar feliz em estar razoavelmente rica (pelo menos tenho dinheiro suficiente pra cortar o cabelo), e pronto, não tem outro sentimento pra sentir, porque não faz sentindo ficar se punindo por não sair do trabalho maldito, meu Deus, porque simplesmente eu não largo esse emprego, eu não entendo!


Eu havia me prometido não escrever posts profundamentes pessoais, mas quem ligar, eu já cortei o cabelo, engordei e continuo no trabalho que eu odeio, não custa nada eu vim aqui e pedir para que alguém passe a mão na minha cabeça e me conforte e diga que tudo bem, a vida é assim mesmo, a gente vive se boicotando, e se eu não deixei esse cabelo ficar enorme até agora é porque eu nem quero que ele seja grande.  

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Criando regras.


A incômoda sensação que te dar de vez em quando de que tu não faz parte de nada, não cabe, não se adéqua, é colorido demais, ou opaco demais, perdido, grande, pequeno, e se espreme e se contorce e não adianta, tu não cabe em nenhum lugar. E fica lá sentado na calçada do lado de fora, porque existe lugares que somos nós mesmos que temos que abrir a porta para entrarmos, mas tu não abre, porque sabe que não cabe...ou pensa não caber.

E aí tu te defronta com a opção de cortar uma perna, ou um braço, mas poxa vida tu gosta o bastante das pernas e braços pra fazer questão que eles continuem lá, onde realmente devem estar, e aí te resta cortar a cabeça. Mas vou ser franca, acho que tudo tem um limite e cortar a cabeça é demais, na minha opinião ninguém deveria cortar nem as unhas se não achar adequado pra se fazer adequar em um quadrado. Malditos quadrados.

Aí tu vai ficando aí, do lado de fora, e o lado de fora vai ficando difícil, e abrir alguma porta mesmo que é bom nada, tu vê que tem gente que entra e sai...como se fosse fácil toda essa movimentação. E tu lá na calçada, cansando dessa situação toda, sem previsão de diminuir ou engrandecer, ou descolorir ou brilhar o suficiente pra entrar em um desses quadrados.

Então tu simplesmente cansa, e fecha os olhos pra dar uma relaxada, e vai acalmando e dormindo...dormindo pra vida mesmo sabe? E quando acorda, com a cabeça descansada, tu olha em volta e percebe o quão banana tu foi, porque os quadrados quem construiu foi tu mesmo, e quem aumentou os muros deles foi tu mesmo, e quem os fez inentraveis foi tu mesmo! Caramba. Que bobagem é essa de tamanho adequado e coloração adequada que tu usa pra se colocar de fora de um lugar que nem porta tem, vê lá, o mundo não tem portas, e nem quadrados, foi tu quem criou. Nunca mais faça isso, não se coloque a parte de mundo algum, é a nova lei.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Vou fazer um crediário e comprar uma geladeira


Tanta coisa me incomoda, eu não saber explicar o que me incomoda, me incomoda; extrema direita ou esquerda me incomoda, xiita defensor absoluto de qualquer categoria me incomoda; eu não entender me incomoda. Mentira! Eu não entender me destrói. Eu só sei lidar e trabalhar com o conhecido, e só poço chamar de conhecido o que eu entendo. É banal e eu perco a vida assim.

Eu perco porque eu fico parada, sem andar pra frente, no máximo indo pros lados ou tentando voltar pra trás pra buscar algum pedaço que faltou, ficou, não veio, pra tentar juntar aos que eu tenho, pra tentar formar uma imagem, pra tentar achar algum sentindo, pra tentar ficar livre daquilo e finalmente ir adiante.

Só que eu não vou adiante, eu não sei separar, eu não sei colocar as coisas naquela gaveta mais baixa da geladeira e ir viver, e só voltar lá quando, casualmente, encontrar mais um pedaço, eu não sei ficar sem procurar, sem remexer, sem fuçar o mundo em busca dos pedaços que falta nas historias que eu tenho e estão todas lá espalhadas em cima da mesa, pedindo, por favor, para de ser besta e coloca tudo na geladeira e vai viver.

Caramba, eu acho que no meu mundo nem geladeira tem, e isso é péssimo, porque todo mundo sabe, até eu sei, que a geladeira serve pra conservar as coisas, sejam boas ou ruins, mas elas estando guardadas lá retardam seu apodrecimento, eu realmente preciso comprar uma geladeira pro meu mundo, preciso parar com essa besteira de ficar colocando as coisas sobre a mesa, preciso arrumar tudo e ir arrumar mais problemas por aí.

Um prefácio.


Aí é assim, eu tenho 29 anos, e desde os...17 (eu acho) eu tenho blogs, eles nascem, crescem, não se reproduzem e morrem, desde os 17 eu tenho blogs e eles sempre se chamam Casca de Banana (por favor, não ousem colocar no google, porque sim, eles ainda existem, sou eu que não existe mais como está por lá). Daí nesses 12 anos de blogueira eu fui escrevendo o Casca de Banana, que como já disse, nascia, depois morria, depois mudava a hospedagem, depois virava Casca de Banana 1,2...

Aí minha cabeça sossegava, porque é pra isso que escrever serve, e eu largava os Cascas pra lá, aí vem a ebulição e eu volto com um Casca, porque eu quero, porque o google deixa, porque eu quero, porque nesses anos de Casca eu sempre tirei alguma coisa legal deles. Só que eu fiquei com dó de quem acompanha esses anos de saga e resolvi tirar a casa da banana e pronto, acabo de fazer o Banana Sem a Casca, é pra mim, claro, mas a porta vai ficar aberta, porque eu gosto de gente, e porque eu preciso das gentes pra me chamarem pra sair daqui.