quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Criando regras.


A incômoda sensação que te dar de vez em quando de que tu não faz parte de nada, não cabe, não se adéqua, é colorido demais, ou opaco demais, perdido, grande, pequeno, e se espreme e se contorce e não adianta, tu não cabe em nenhum lugar. E fica lá sentado na calçada do lado de fora, porque existe lugares que somos nós mesmos que temos que abrir a porta para entrarmos, mas tu não abre, porque sabe que não cabe...ou pensa não caber.

E aí tu te defronta com a opção de cortar uma perna, ou um braço, mas poxa vida tu gosta o bastante das pernas e braços pra fazer questão que eles continuem lá, onde realmente devem estar, e aí te resta cortar a cabeça. Mas vou ser franca, acho que tudo tem um limite e cortar a cabeça é demais, na minha opinião ninguém deveria cortar nem as unhas se não achar adequado pra se fazer adequar em um quadrado. Malditos quadrados.

Aí tu vai ficando aí, do lado de fora, e o lado de fora vai ficando difícil, e abrir alguma porta mesmo que é bom nada, tu vê que tem gente que entra e sai...como se fosse fácil toda essa movimentação. E tu lá na calçada, cansando dessa situação toda, sem previsão de diminuir ou engrandecer, ou descolorir ou brilhar o suficiente pra entrar em um desses quadrados.

Então tu simplesmente cansa, e fecha os olhos pra dar uma relaxada, e vai acalmando e dormindo...dormindo pra vida mesmo sabe? E quando acorda, com a cabeça descansada, tu olha em volta e percebe o quão banana tu foi, porque os quadrados quem construiu foi tu mesmo, e quem aumentou os muros deles foi tu mesmo, e quem os fez inentraveis foi tu mesmo! Caramba. Que bobagem é essa de tamanho adequado e coloração adequada que tu usa pra se colocar de fora de um lugar que nem porta tem, vê lá, o mundo não tem portas, e nem quadrados, foi tu quem criou. Nunca mais faça isso, não se coloque a parte de mundo algum, é a nova lei.

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